102- Entre nós está e não o conhecemos
Vivi há anos uma experiência que
me marcou como ferro quente marca gado...
Quando lembro fecho os olhos e consigo ver com clareza tudo, como se
tivesse acontecido agora.
Por anos fui catequista
(ministério esse que amo, respeito e tenho imensa gratidão). Os encontros com
os catequizandos aconteciam aos sábados e a formação com a coordenação
catequética uma vez por mês, em um domingo pela manhã.
Era uma deliciosa loucura os
finais de semana com formações (no passado porque hoje não estou mais atuando).
Os trabalhos iniciavam bem cedo e no meio da manhã acontecia uma pausa, para
confraternizarmos e também para lanchar.
A manhã estava bem fria e logo
que nos liberaram para o intervalo fui ao encontro do meu “cafezinho” (vocês já
sabem que eu o aprecio não é mesmo!). Peguei minha xícara e fui sentar ao sol.
Como fui uma das primeiras e não
queria nada além do que uma boa xícara de café pude me dar o direito de curtir
o silêncio, apertar minhas mãos na xícara para que pudessem se esquentar,
fechar os olhos e levantar a cabeça em direção ao sol.
Fiquei nessa posição por alguns
instantes até que alguém sentou ao meu lado e disse “Esta frio não é mesmo?”
abri os olhos rapidamente e respondi “É, esta bem frio e sentei aqui para me
esquentar” um breve silêncio se fez presente. E ele que não me olhou nos olhos,
continuou fazendo riscos no chão com sua galha bem sequinha e me perguntou “Você
esta se esquentando ou o Sol que esta te esquentando?”, nesse momento um vento
frio passou por nós, me encolhi, esbocei um sorriso e respondi... “ Realmente, você
esta certo, o Sol que esta me esquentando”. Ele não disse mais nada, se
levantou e foi em direção a um bebedouro que estava a certa distancia de nós.
Fiquei ali sentada, pensando no
que estava acontecendo.
Esse senhor estava junto com uma
turma de andarilhos que entraram no pátio da igreja. Todos os demais foram
convidados a lanchar conosco. Ele tinha ido ao bebedouro e estava demorando
para voltar. Me senti mal porque não o havia convidado para lanchar após nossa
breve conversa. Fui então ao seu encontro. Quando cheguei no local ele não
estava. Questionei aos responsáveis se o tinham visto e todos disseram que
nenhum andarilho tinha ido ao bebedouro e que todos estavam na cantina.
Retornei a cantina e não o encontrei.
Voltei para o local onde estava
sentada... O astro rei me agraciava com sua terna temperatura de uma forma como
nunca em dia algum houvesse sentido e uma alegria em formato de lágrimas tomou
meu coração. Ele esteve comigo!!!
Anos se passaram e a emoção ao
partilhar com vocês esse momento é o mesmo daquele agraciado dia.
Quantas são às vezes em que somos
visitados e não conseguimos identificar o visitante porque estamos por demais
ocupados?
Os convido a ler essa passagem
bíblica: Mateus 25,31 -46
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