105- Empoderar...
Certo dia viajávamos de ônibus eu,
meus pequenos e minha mãe. Tínhamos como destino o encontro entre parentes e
amigos queridos.
A festa começou muito antes da
partida, eram sorrisos e risadas sem a necessidade de um motivo além.
Entramos no ônibus e nos
assentamos nos lugares que nos eram destinados.
Não existiu o momento silêncio. Os
pequenos comentavam tudo, a árvore grande, a pequena, o carro vermelho, o
trator que arrumava a estrada, os animais que encontravam na paisagem... Tudo
necessitava ser comentado tamanha era a alegria.
E nós como adultos tentávamos sem
muito sucesso diminuir um pouco o tom da euforia para não atrapalhar a viagem
dos demais.
Em um determinado momento uma das
passageiras que estava sentada em uma cadeira próxima a nossa se virou em
direção aos pequenos e iniciou uma conversa. Perguntou os nomes, as idades,
para onde iam, se gostavam de viajar e muitas outras perguntas prontamente
respondidas por eles.
Eles renderam conversa até que
nos aproximamos de uma construção bem grande que os tomou a atenção.
Nesse momento a senhora voltou à
conversa para minha mãe. As duas conversaram de forma discreta sobre o que é
ser família, eu só escutava. Foi então que ela disse para onde estava indo, que
já tinha trabalhado muito durante o dia e que precisava visitar sua mãe.
Não foi necessário perguntar onde
ela trabalhava porque orgulhosamente ela disse “Venho para a cidade todos os
dias bem cedinho para vender minhas jabuticabas”. Aproveitei a deixa e perguntei
se ela revendia para alguém e ela sorrindo disse que não, que ela e outras
pessoas colhiam durante a tarde no seu terreno e vendia na cidade no outro dia.
Pouco tempo de viagem restou até
que essa honrosa senhora se despedisse de nós.
No decorrer de nosso trajeto tive
que comentar com minha mãe a impressão que tive e a lição de vida que ganhei
naquele breve momento.
Essa senhora era falante, alegre,
simples em seu vestir, mas organizada. Cabelos arrumados e unhas feitas. Tenho
certeza que ela não encontrava dificuldades em seu oficio diário tamanha era
sua desenvoltura e cuidado com a aparência.
Hoje lembrando dessa senhora, me
veio forte uma das palavras do momento “Empoderamento”.
Mas por quê? Porque essa senhora
me mostrou o real significado da palavra, sem o modismo e sem levantar bandeira.
Ela tomou posse de sua existência
no mundo e não fez drama da vida. Arregaçou as mangas e se pôs de prontidão.
Não houve a necessidade de se desfazer do sexo oposto para apresentar sua
vitória diária dentre as lutas travadas. Ela viu possibilidades no seu pouco e
fez muito.
No mesmo sentido consigo enxergar
outro exemplo com clareza.
Uma mulher grávida, numa época
sem alguma liberdade feminina, que poderia se deixar encolher dentro de casa,
mas contrariando as expectativas sai de sua zona de conforto e vai de encontro
a uma parente grávida ofertar ajuda. Consegue identificar?
É não existe exemplo maior de Empoderamento.
Maria (mãe de Jesus) se pôs a
serviço. Se posicionou como mulher, esposa e mãe. Viu a vida passar caminhando
junto, com uma ótica mais intensa.
As traduções midiáticas de
algumas palavras por vezes nos afastam dela, mas com esses exemplos hoje
consigo querer também ser “Empoderada”.
E você, consegue extrair na simplicidade
dos fatos exemplos para sua vida?
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