51- Memória afetiva
Você já sentiu o sabor de algo que só comeu quando crianças, somente de lembrar dele?
Sentiu o cheiro de uma pessoa querida?
Sentiu dor pela lembrança de um trauma vivido... e o local da dor não existe ferida?
Então... outro dia conversa com algumas colegas e estávamos falando sobre perfume.. fragrâncias, preferências, marcas e uma delas me perguntou se eu gostava de um em especial. Na hora minha feição mudou (elas disseram), entristeci e disse que há tempos eu gostava sim, muito deste em especial, mas que tinha feito uso dele em um período de minha vida muito delicado... período esse em que fiquei 1 ano de licença devido a um acidente. Período longo de muita luta, de buscas, exercitando a paciência, sofrendo com a falta dela. E desde que o perfume acabou nunca mais consegui usa-lo.
Então me questionaram o porque... e disse.. "todas as vezes em que tentei usar desse perfume, senti uma dor enorme em meus joelhos, como se eu estivesse voltando ao passado, sentindo toda a angustia da época".
Os olhares se cruzaram admirados até que uma delas disse que eu estava brincando, que não poderia ser verdade o que eu estava falando. Como não gosto de fazer da minha verdade a dos outros... fiz a carinha do "acredite se quiser".
Achei que o assunto tinha terminado até que uma delas testemunhou outro fato muito parecido, que também não conseguia utilizar de um outro determinado produto porque ele a remetia a algo sofrido. Uma outra relatou algo positivo, disse que sempre que comia um determinado doce vinham as recordações mais gostosas de sua infância e uma outra partilhou que sempre que visualiza alguma foto de sua avó sente o perfume dela, como se estivesse a seu lado.
Então... somos assim... temos algo chamado Memória Afetiva. Ela é responsável por armazenar lembranças deliciosas e dolorosas.
Essa memória se não bem administrada pode até atrapalhar nossos passos e se isso acontece precisamos procurar ajuda, fazer com que as feridas abertas devido a essas memórias sejam curadas.
Segue abaixo um texto interessante sobre... vale a pena ler.
O Resgate da Memória Afetiva
A memória é formada pelas lembranças que estão na consciência. Nos primeiros anos de vida não existe uma memória contínua, como também não há uma consciência pronta, mas sim, pontos isolados. Podemos dizer que existe consciência quando a criança se refere, a si mesma, na primeira pessoa. Consequentemente, nesta fase, haverá uma continuidade da memória.
Para a formação da memória, a atenção é fundamental. Esta, por sua vez, pode ser mobilizada pelos afetos. Tendemos a prestar mais atenção nas coisas de maior interesse. Os assuntos que nos trazem prazer e satisfação são os que dispensaremos mais tempo em conhecê-los e compreende-los. Assim os afetos estão na base da formação da memória.
Nossos afetos vão se aglomerando em torno de um determinado núcleo que trazemos conosco ao nascer, que são os arquétipos. Toda vez que houver uma renovação da qualidade do afeto, através de nossas experiências, mais carga será depositada ao redor deste núcleo formando, desta maneira, os nossos complexos. Eles são os motores que impulsionam nossas vidas.
Uma memória afetiva pode se desenvolver a partir de uma percepção sensorial como um odor, um som, uma cor, desde que tal percepção esteja ligada a um momento afetivo importante.
O resgate da memória afetiva é fundamental no nosso processo de desenvolvimento psicológico, de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal. Quando resgatamos nossas memórias estamos trazendo com elas a possibilidade de revisar, compreender e digerir determinadas situações que podem estar bloqueando nosso ir em frente. Podemos estar paralisados, sem perceber, em situações antigas que não foram bem resolvidas e entendidas.
Ao acessarmos nossos registros pessoais antigos ou nem tanto antigos temos a oportunidade de transformar idéias e pressupostos que hoje podem estar contendo nosso desenvolvimento e nos deixando até mesmo doentes. Podemos transformar atitudes negativas perante a vida em outras mais positivas, facilitando o nosso crescimento. O resgate da memória afetiva, quando bem orientada, trará a possibilidade de ampliarmos nossa consciência na medida em que integramos qualidades ao nosso mundo atual. Ampliar a consciência é aumentar a visão sobre nós mesmos e sobre o mundo; é desatar os nós de energia que ficaram presos em situações passadas que nos impedem de ver a vida com verdadeiros olhos adultos; é aceitar o novo e o diferente; é corrigir pressupostos que perderam a razão de ser e a capacidade de nos orientar na vida adulta.
Quando trazemos à tona nossas memórias afetivas estamos elaborando e compreendendo experiências carregadas de afetos do nosso passado e que se depositaram, no fundo da alma, sendo dolorosas ou não fazem parte da edificação do nosso ser.
Vanilde Gerolim Portillo - Psicóloga Clínica - Pós-Graduada e Especialista Junguiana - Atende em seu consultório em São Paulo: (11) 2979-3855
http://www.portaldapsique.com.br/Artigos/Resgate_da_memoria_afetiva.htm
Quais são suas Memórias Afetivas?
Elas te fazem sorrir ou chorar??
Tinha pensado nisso antes de nosso texto???
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Desafio:
Você é capaz de divulgar o blog entre 100 de seus contatos??
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