167- Vassoura
Na rotina doméstica fui abordada por um pensamento inquietante.
Por que não fiz isso antes?
Sou dessas que não gosta de sentir os chinelos chiando entre os passos, o acúmulo de pequenas sujidades no decorrer do dia gera em mim essa insatisfação.
Então... estando eu incomodada, busco minha amiga para ajudar-me na resolução.
Há algum tempo venho internalizando um pensamento – preciso trocar essa vassoura. E olha que essa conversa entre eu e eu mesma tem acontece com frequência viu.
Não externei minha necessidade e nem agi.
Conversando com meu esposo (homem sortudo viu), disse que quando ele fosse ao supermercado, adquirisse uma nova versão do item. Pronto consegui externar.
O produto chegou!
O incomodo novamente surgiu. Busco a recém aquisição e me ponho a resolver.
A vassoura antiga atendeu perfeitamente por muito tempo. Suas cerdas enrijeceram, perderam a movimentação natural, adotando uma postura fixa. Ela resolvia o meu problema pontual, mas não cumpria com excelência o propósito pelo qual foi criada.
Quantas vezes vivemos situações que não nos realizam simplesmente por não externamos nossa necessidade?
Quantas são as vezes que brigamos com as vassouras tortas de nossa vida, mas não agimos para realizar a troca?
Acumulamos insatisfações pela simples arte do comodismo ou do apego.
Casa limpa, nos mínimos detalhes. A dona de casa que habita em mim satisfeita. Agradeço ao esposo por ter atendido meu pedido (sou uma mulher de sorte também). Olho para o produto e refaço o questionamento – Por que não fiz isso antes?
Nossa vida precisa da oxigenação nos hábitos, para que eles tenham pleno sentido e gerem em nós a satisfação esperada.
Muitos podem nos auxiliar no processo, mas somente nós entenderemos o valor do resultado.
Foto de Daniel von Appen na Unsplash
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