146- Encravada

 



Nossa reflexão terá cunho estético como referência.

Você tem ou já teve unha do dedão do pé encravada???

Passou dias com o dedo latejando e sem tempo para resolver o problema??

Quando pôde enfim resolver a dor de cabeça passou instantaneamente??

Chegou em casa feliz da vida e depois que a euforia do problema resolvido passou percebeu que o dedo permanecia dolorido?

Chegou até questionar se o procedimento realmente funcionou tamanho incomodo.

Passaram alguns dias e ao caminhar com leveza percebeu que a dor desapareceu.

Fiz algum relato diferente da realidade daqueles que travam essa luta???

E o que isso tem a ver com nossa reflexão???

No nosso cotidiano enfrentamos situações e relacionamentos que são como essa unha encravada.

Causa-nos dor e sofrimento. Por motivos variados precisamos lidar/ conviver com ela até que se possa então resolver.

Para algumas situações é necessária intervenção profissional e em outras somente decisão pessoal.

Tendo a causa da dor identificada e o tratamento iniciado, temos urgência na cura, no alívio. Mas ele não é imediato.

Quando assumimos a responsabilidade sobre nossa vida não podemos nos acostumar com o que nos causa dor pela dor. Não cabe em nossos diálogos mais a frase “já me acostumei a sofrer”, ele não nos faz transcender, subir os degraus da existência. Pelo contrário, será sempre um peso dificultando o caminhar.

Esquecemos que existe um processo de cura, de cicatrização e até mesmo de aprendizagem. O corpo precisa novamente se ajustar ao espaço. A dor agora tem um outro significado, um novo sentido.

Existem situações que nos tiram a paz, pessoas que sugam nossas energias, relacionamentos que são como espinhos na carne.

Não há imunidade para esse tipo de sofrimento.

Precisamos escolher as batalhas pelas quais lutaremos e com maturidade darmos sentido a causa.

Não me torno fraca quando decido que algumas situações não tirarão mais a minha paz porque escolhi não mais as viver. Nem mesmo quando decido que minha energia é preciosa demais para se esvair com pessoas que não a valorizam e delimito os espaços que elas ocuparão em minha trajetória.

Não é um processo fácil. A decisão é sua.

É preciso caminhar sem que a todo momento meu cérebro mande mensagens dizendo que existe uma unha encravada que me causa dor.

Se o amor é decisão, eu decido me amar.

Se essa ainda não é sua decisão, espero que texto te conduza para essa reflexão.

 

 

 

Foto de Hans Isaacson na Unsplash

Comentários

Unknown disse…
Parabéns, como sempre brilhante
Unknown disse…
Quanta verdade nessa analogia.
Texto intenso, verdadeiro e lindo
Anônimo disse…
Ótima reflexão! A dor deveria ser, em sua essência, um sinal de alerta: algo está errado! Permanecer na dor, seja pela unha encravada, feridas na carne ou na alma, é comportamento masoquista e procrastinador. Que saibamos nos curar, ainda em tempo!
Ivaldete disse…
Vixiii! Quantas unhas encravadas já precisaram de um bisturi em minha vida....rsrs mas a dor diminui e a esperança de um dia mais tranquilo renasce em nossa rotina né ❣️ Seu texto Tititi, mostra exatamente o ciclo da nossa vida emocional. Mas também mostra o quão Deus é Misericordioso com nossa falta de paciência em acreditar que cada dor é um passo para nosso crescimento diário.Bela reflexão 👏👏👏👏

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