128- Aprendendo

 



Existem palavras que saem de nossa boca e quando a gente reflete sobre dá uma vergonha. Você já passou por isso?? Eu passei há bem pouco tempo.

Outro dia meu esposo levou seu celular até onde eu estava e começou a me mostrar lindos desenhos todo entusiasmado. Quando terminaram as imagens ele com um sorriso largo no rosto me disse que foram feitos por uma criança – filho de amigos nossos.

Logo que tomei conhecimento sobre quem tinha feito soltei minha verdade absoluta – Mas ele faz aula de desenho né? (Do tipo, o desenho é perfeito, mas ele estudou para chegar nesse nível, então é de se esperar esse resultado).

Para minha surpresa escutei um sonoro “Não, ele não faz curso, desenhou sozinho, sem técnica”.

O dia seguiu com nossas demandas e o meu questionamento ficou batendo em minha mente como se fosse um grande sino das catedrais.

Quão miserável e pequena eu fui.

Porque preciso achar uma justificativa para o sucesso do outro?

Não tenho o direito de querer diminuir sua luz. Qual a diferença entre ele ter feito ou não algum curso? Sendo que o que vale é o resultado final – Desenhos maravilhosos. O que conta é sua dedicação, sua vontade de vencer o desafio. O que conta é sua coragem de fazer algo que ninguém tinha feito, de escutar seus instintos e nos agraciar com sua arte.

E o que cabe a mim??? Somente os aplausos e a contemplação.

Não preciso questionar, não existem espaços para minhas velhas opiniões formadas sobre tudo.

Depois que fiz essa reflexão consegui enxergar mais longe. Somos pequenos demais. Muitos são os momentos que ao tomar conhecimento sobre as conquistas dos outros precisamos achar uma justificativa. Se passou no vestibular foi porque estudou em uma boa escola, se tem um bom emprego é porque teve costas quentes, se é uma pessoa rodeada de bons amigos é porque...., sempre tem em nossas mentes uma resposta.

Como se fosse uma justificativa frequente ao meu fracasso.

Quando a gente consegue entender que cada pessoa é única e assim como ela suas características e suas qualidades, paramos com a tentativa frustrada da comparação e por consequência tiramos as sombras dos nossos olhos. O resultado final será a contemplação e a alegria.

"Deixem vir a mim as crianças e não as impeçam; pois o Reino dos céus pertence aos que são semelhantes a elas". (Mt 19,14)

Essa passagem sempre foi muito querida por mim... Aí me vejo aprendendo com uma criança que é necessário ser menos para me aproximar de sua grandeza.


Foto: Acervo Particular do artista Pedro Giacomin (vejam suas obras no Instagram - @pedro.giacomin)

Comentários

Delvanir. disse…
Quão verdadeira é essa reflexão. Vivemos um tempo onde sabemos muito de todos os assuntos, temos respostas rápidas e prontas a dar a quem vier nos comunicar, ou simplesmente desabafar. Que possamos sempre aprender com as crianças, que sabem que pouco sabem e sempre perguntado para aprender.
Unknown disse…
Este comentário foi removido pelo autor.
Júnior Du Vale disse…
Nossa, falou tudo Dinha... Um Bju!!!
Ivaldete disse…
Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.... são risos de nervoso Tititiiiiiiiiiiiii. Vc acredita que já senti essa vergonha algumas vezes? Não tenho vergonha de admitir pois , aprendi valorizar pequenas e grandes conquistas. Ė realmente um grande motivo para refletir, aceitar nosso egoísmo e orgulho e principalmente voltar nosso olhar para o lado bom e maravilhoso que é admirar, valorizar e aplaudir os pequenos e também os grandes sucessos alcançados pelos outros e por nós e os nossos. Beijo grande Tititiiiiiiiiiiiii

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