88- Queimadura




Na correria do dia a gente acabe cometendo erros por excesso de confiança.

Outro dia estava cozinhando e precisava pegar uma caneca que estava em cima do fogão. Ela não estava em alguma trempe acessa, estava somente em cima do fogão, então não peguei alguma proteção para minhas mãos, apenas levei minha mão em direção a caneca e a peguei... Pronto, queimei um dos dedos da mão.

A caneca não estava em uma trempe, mas estava ao lado de duas panelas grandes e quentes... O bastante para deixa-la aquecida.

Assustei-me quando queimei, voltei com a caneca para o local original e então peguei uma proteção para continuar o processo.

O dedo queimado ficou ardendo e eu não tinha muito o que fazer além de continuar no preparo da refeição.

O dia foi passando e a dor só crescendo. No final do dia estava ela lá... a senhora bolha. Começou discreta e no dia seguinte estava com toda sua potencia ocupando um lugar e atrapalhando minha rotina. No segundo dia já não doía mais, mas a Sra. Bolha continuava presente e me policiei para não a estourar. Em um determinado dia ao acordar e iniciar os processos caseiros ela estourou, aos poucos a pele foi soltando e no final do dia não mais existia.

Durante o seu processo final consegui enxergar que existia uma lição, uma analogia interessante entre o resultado da queimadura e o processo de cura interior.

Quando existe uma ferida na alma o nosso corpo responde com lágrimas, que podem ser muitas ou poucos, dependendo da intensidade do ferimento. O tempo passa secando as lágrimas e reconstruindo o coração ferido, o processo não é rápido, demanda tempo, requer paciência.  Se tentar acelerar o processo mexendo na ferida, retirando as casquinhas, sangrará e a dor voltará com força total. As camadas de proteção precisam ser descascadas até o ponto mais fundo da ferida de forma natural. 

Somente após a última casquinha sair poderá afirmar com convicção que a ferida foi curada.

E quantas são às vezes em que nossa alma esta ferida, nos permitimos chorar litros, mas por vaidade dizemos que somos fortes o bastante para chorar e furamos a bolha. Não deixamos a água iniciar o processo de cicatrização.  Artificialmente fazemos a água secar, esquecemos que demos foi uma brecha para uma possível infecção entrar e assim sendo, uma dor ainda maior será instaurada. O processo vai dando continuidade e temos escolhas, se deixamos a natureza agir, camadas de cicatrizações serão geradas, mas se escolhermos o contrário e tiramos as casquinhas, algumas saem com facilidade outras não e essas se retiradas abrem a ferida. Novas lágrimas caem e dores aparecem. 

O que poderia ser tranquilo começa ser traumático além do necessário.

Desta vez fui bem paciente com o processo de regeneração do dedo queimado, não furei a bolha, não puxei pelinhas, não retirei casquinhas, a ferida ainda não fechou por completo, mas esta no processo final. Normalmente não sou assim... Levo para a vida a seguinte lição - Meu processo de cura depende exclusivamente de mim...Valeu a pena o aprendizado!!

Como você reage as suas queimaduras???

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