170- 30 anos
Iniciar um texto de forma
saudosista pode parecer piegas demais. Mas dessa vez será assim!
Nascida na década de 80 (olha eu entregando a idade) tenho muitas
lembranças afetivas de uma época que a geração de hoje não consegue ao menos
imaginar.
Uma delas tive a graça de
recordar nesse último final de semana.
Quando criança morávamos em um
bairro pequeno e bem acolhedor, onde as famílias se conheciam, as crianças
podiam brincar na rua e compartilhávamos a vida, os momentos bons e os ruins
também.
Aos domingos pela manhã uma
atividade era obrigatória. Para os amantes do automobilismo, não assistir às
corridas de Fórmula 1 era uma afronta.
Enquanto os aromas se formavam
nas cozinhas e as crianças se entretinham, os rapazes se organizavam em salas abrindo
as comportas para que a adrenalina acordasse e fosse para eles companheira.
Com o Grid (a ordem dos carros) de largada se iniciavam as especulações. Quem
teria mais possibilidades de ser o campeão daquele GP??
Confesso que nessa época eu
gostava mesmo era de azucrinar os que curtiam, passando vagorosamente em frente
da TV, só para ter o gostinho do incomodo (rs*) e depois de festejar com a
narração do Galvão Bueno, afinal não é todo mundo que tem como ídolo esportivo
alguém que carrega o mesmo sobrenome que o seu.
Eu felizmente o posso. Então,
ouvir nosso sobrenome sendo aclamado é bom demais.
E ele com seu carisma tão
brasileiro, trazia para si a responsabilidade de representar a nação e ser para
nós motivo de orgulho.
30 anos se passaram desde aquela
última corrida.
30 anos de uma grande comoção
sincera.
30 anos de saudade!!
30 anos que não temos um ídolo de
peso.
Nesses últimos dias buscava pela
série SENNA produzida pela Netflix e fui direcionada para outro conteúdo
produzido pela Globoplay – SENNA por Ayrton.
Senhoras e Senhores, que seriado!
Obrigatório para todo adulto que
busca por referências virtuosas que serão apresentadas aos seus filhos.
Um jovem adulto, que tinha sim
condições privilegiadas e era grato por isso, obstinado por desafios e conquistas
– e se preparava tecnicamente para as enfrentar.
Praticante de um esporte que a
principio era paixão de seu pai, que o tempo fez o trabalho de lhe conquistar.
Alguém que pensava para falar
(fazendo bom uso das palavras) e não soltava “abobrinhas” em suas entrevistas.
Pessoa pública que entendia o
quanto influenciava os que lhe admiravam. E se sentia responsável.
Filho, irmão, tio que se
orgulhava em dizer que o melhor lugar do mundo sempre seria aquele onde sua
família estivesse.
Que amava ser brasileiro.
Um homem que não se envergonhava
em dizer que acreditava no poder de Deus em sua vida.
Senna pode não ser referência
para muitas coisas, como todos nós também não somos.
Mas sem sombra de dúvidas ele
será para todos nós referência de persistência, integridade, coerência, respeito,
carisma, patriotismo, educação, estudo, garra...
E vou além.
Ele será sempre para nós
referência de que não é necessário expor as fragilidades da vida para crescer
em audiência.
Que para estar no melhor lugar,
preciso fazer as melhores escolhas e ser responsável por isso.
Que crescer requer coragem!
Muitos podem não comungar da mesma
opinião que expresso e tudo bem.
Mas para os que comigo partilham
desse saudosismo, deixo abaixo o link para que possam também reviver essa época
tão especial.
“Que a tua vida não seja estéril. Sê útil. Deixa rasto”
São Josemaria Escrivá
Imagem: https://institutoayrtonsenna.org.br/30-anos/#o-ayrton-senna
Trilha sonora da vitória: https://www.youtube.com/watch?v=-0hmmX96QvY
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