134- Você já tirou uma peça do meio de uma pilha??
Sendo a resposta é afirmativa,
sabe bem o que acontece. Se falta jeito ou ajuda nesse processo engenhoso
corremos um grande risco da pilha desmoronar e uma bagunça grande acontecer.
Legal é fazer a
relação desses pequenos acontecimentos com o desdobrar de nossas vidas.
Dentro de minha história existem
várias pilhas com peças de tamanhos variados. Algumas estão perfeitamente organizadas,
outras nem tanto.
Às vezes me pego tentando retirar
uma peça que está bem no meio da pilha sozinha. A bagunça que já existia
aumenta e por vezes chego a acreditar que valeu a pena o desmoronar para a
retirada da peça. Em um futuro próximo volto para organizar (minto para mim,
porque sei que na verdade só voltarei se for realmente necessário).
E a bagunça aumenta.
As peças são realmente as mais
variadas. Nossas emoções, nossas ações, nossos momentos – todos eles (bons e
ruins), nossas escolhas...
Uma vez colocada uma peça em nossas
pilhas, não é possível retirar, ou até mesmo trocar de lugar com outra peça sem
que haja uma posterior organização.
Não consigo apagar uma decisão
ruim de minha história. Mas consigo fazer com que ela deixe de atrapalhar meu
caminhar. Com ajuda de bons amigos, bons profissionais e minha mais sincera
reta intenção consigo transferir a decisão de pilha. Ela deixa de ser a peça
que destoa e passa a fazer parte da pilha das lembranças (nesse lugar o encaixe
é automático, independente do tamanho da peça ela será bem realocada).
Ela não precisa fazer parte da pilha
responsável pelo sustento do meu castelo interior. Nessas colunas preciso ter
realmente peças que me sustentam.
Posso me arriscar em sua retirada
sozinha? Posso, com certeza. Mas o processo será mais longo e corre o risco de não
querer voltar para arrumar a bagunça. Quando tenho ajuda, quando me disponho a
recolher minhas vaidades e aceitar o esforço alheio, consigo retirar uma parte
da pilha, colocar sobre os braços do amigo, retirar a peça que destoa, a deixar
momentaneamente de lado, pegar novamente as peças dos braços do amigo e
retornar com elas para a pilha.
Ufa!! Consigo respirar e ter
claro o objetivo de colocar a peça que antes incomodava em uma pilha reservada.
Lá já existe um local reservado para sua chegada.
Preciso me acostumar com esse
processo de organização engenhosa. Preciso identificar as peças que destoam e fazem
com que minhas pilhas fiquem instáveis, para então ter coragem de fazer a
mudança.
As colunas principais do meu
castelo precisam de estabilidade para que minha vida consiga ser equilibrada e
não como mais uma mesa que sempre precisa de calço para ficar de pé.
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