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Mostrando postagens de 2021

135- Insensível

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  Lendo os noticiários de um tempo pra cá, algo tem me incomodado grandemente. A insensibilidade no trato com o outro. Uma necessidade de registrar em vídeo os acontecimentos, mas pouca coragem para proteger alguém que está sofrendo alguma agressão. Como se a vida fosse um set de filmagem contínuo. Não se grita por socorro, não existem ligações com pedido de ajuda, porque estão todos ocupados demais registrando para que possa ser postado. Em um dos jornais locais assisti a uma reportagem intrigante.  A imagem começava distante e só era possível ver um homem de pé chutando algo no chão. No aproximar do carro e na continuidade da gravação não se ouve ninguém gritando com a intenção de afugentar o homem que estava de pé. O carro passa ao lado e então é possível ver que o homem chutava a cabeça de um outro homem desmaiado no chão. Nenhum carro parou. Ninguém gritou para que ele parasse. Nenhuma fala ameaçando ligar para a polícia. Nada. E o homem que estava desm...

134- Você já tirou uma peça do meio de uma pilha??

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    Sendo a resposta é afirmativa, sabe bem o que acontece. Se falta jeito ou ajuda nesse processo engenhoso corremos um grande risco da pilha desmoronar e uma bagunça grande acontecer. Legal é fazer a relação desses pequenos acontecimentos com o desdobrar de nossas vidas. Dentro de minha história existem várias pilhas com peças de tamanhos variados. Algumas estão perfeitamente organizadas, outras nem tanto. Às vezes me pego tentando retirar uma peça que está bem no meio da pilha sozinha. A bagunça que já existia aumenta e por vezes chego a acreditar que valeu a pena o desmoronar para a retirada da peça. Em um futuro próximo volto para organizar (minto para mim, porque sei que na verdade só voltarei se for realmente necessário). E a bagunça aumenta. As peças são realmente as mais variadas. Nossas emoções, nossas ações, nossos momentos – todos eles (bons e ruins), nossas escolhas... Uma vez colocada uma peça em nossas pilhas, não é possível retirar, ou até mesmo t...

133- Fé, Café e Cafuné.

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  Engraçado como os textos tomam vida em nossa mente pela simples observação de um movimento. Com os dias frios (fora do padrão de nossas expectativas regionais) é bem provável que você leitor, vestido com um quentinho agasalho, já tenha se deparado com uma xícara de café em uma das mãos a olhar para o horizonte. Um breve momento de reflexão sobre a vida, uma pausa para apreciar uma paisagem bela ou para com a calmaria aproveitar o momento e agradecer. O inverno tem como companheiro a introspecção. Uma vontade de pensar no que estamos fazendo de nossos dias e em que precisamos melhorar. A necessidade de um abraço, de um aconchego e de um banho quente. Pode parecer mera carência, mas não creio que seja essa a intenção do Criador. Com tudo tão agitado e os relacionamentos cada vez mais impessoais, o inverno chega para dizer que não nos bastamos sozinhos. Precisamos de FÉ para aquecer a alma, CAFÉ para aquecer o corpo e CAFUNÉ para aquecer o coração. Se deixe aquece...

132- Ei Tia Célia.

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    A senhora partiu e confesso que não estava preparada para essa nova realidade de não mais te ver, sentir seu abraço, ouvir sua voz ao telefone. Não tenho condições de dizer que não foi justo, não conheço os propósitos de Deus em nossas vidas, mas tenho a certeza de que Ele sempre quer o bem maior. Sabe aquela ideia de que as pessoas imensamente queridas aos nossos corações, só partirão quando já estiverem velhinhas. Então, a senhora sempre esteve dentro desse seleto grupo. Foi tudo tão rápido... Tão intenso, tão doloroso. A senhora se foi. Felizmente é vida que segue. Mas segue porque existe em mim e nas centenas de pessoas que te conheceram sementes lançadas pelo seu amor. Não existe em minhas memórias algum momento em que a senhora não estivesse, e isso é lindo. Lembro de quando saímos da Vila Militar para voltar para o Amaro Lanari, do seu empenho em arrumar uma vaga na escola onde trabalhava para que eu não ficasse prejudicada. Em minha infância, tenho me...

131- Há 5 anos ...

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  Há 5 anos eu iniciava despretensiosamente minha jornada em um blog. Sem muito conhecimento sobre a ferramenta e sua abrangência, fiz dele um caderno de reflexões. Discretamente os textos foram surgindo, dando personalidade ao meu “caderno”. O tempo foi passando. Os amigos foram chegando e partilhando comigo também suas reflexões provocadas pelos textos publicados. Que delícia!!! E aqui estou eu... 3 meses sem escrever. A pandemia me silenciou!! Existe um mix de emoções sem definição em meu coração. As reflexões continuam acontecendo em minha mente...   Mas não as consigo transcrever. A emoção toma conta e as lágrimas rolam. Hoje, exatamente hoje faz 1 ano desde que recebi a informação em meu município de que iríamos enfrentar a pandemia. 1 ano de incertezas. 1 ano tentando não deixar que a lucidez nos abandonasse; 1 ano reinventando formas para que a rotina não pesasse sobre nossos relacionamentos familiares; 1 ano aprendendo o que é ensinar dentro de c...