154- Perfume da casa

 



Hoje esposa, dona de casa, mãe, profissional e com alguns outros predicados, sempre me pego sorrindo ao encontrar no chão da cozinha uma casca de cebola.

Sinal de vida.

Quando solteira na casa dos meus pais encontrar essas cascas de cebola no chão da cozinha era rotina. E olha que não era por motivo da falta de zelo, pelo contrário.

Zinha e Zé (carinhosamente meus pais – nossos né Haenderson) são cozinheiros de mão cheia. Inventam e reinventam. O arroz com feijão nunca é o mesmo. O preparo envolve pensamentos, criatividade, temperos, cheiros e espera.

Na espera os sabores se encontram, os cheiros espalham e o paladar é conquistado.

Com todas as praticidades da vida moderna sinto que deixamos nossas casas sem o cheirinho que as identifique.

Lembro de na infância sentir o cheiro de bolo caseiro nos fazia parecer como os desenhos em que os personagens fecham os olhos e somente seguem os rastros deixados pelas receitas.

Arroz, feijão, bife e batata frita. Poderia soar como algo comum demais, mas para mim é prato de requintado. Meus filhos sentem a diferença do prato feito em nossa casa, do apreciado na casa dos avós. O cheiro no preparo traz um encantamento que nenhuma fritadeira elétrica é capaz de traduzir.

Costelinha com quiabo e angú. Frango frito. Bolinho de chuva, com açúcar e canela. Verdura refogada. Bife acebolado. Pães de minuto. Biscoito de Nata. Chá de amendoim. Saladas coloridas. Sucos feitos em casa (e olha, vale até aqueles de pacotinho). Macarronada. Maionese com batata e salsicha de lata. Pão com ovo. Torrada com patê de sardinha. Salgadinhos fritos pro lanche da tarde. Torta de liquidificador. Pudim. Gelatina em camadas coloridas. Brigadeiro. Beijinho. Canjicão. Canjiquinha. Feijoada. Pão com manteiga e café coado. Humm!!!

Nossos lares precisam de mais comidas que encantem os olhos, perfumem a casa e tragam para a mesa todos aqueles que nela moram. Porque a alimentação do corpo perpassa a alma e nada mais nobre do que o entendimento do viver em comunhão.



Foto de Isaac Owens na Unsplash


Comentários

Tia Dete disse…
E é verdade Tititi, assim como o alimento do tem paralelamente o alimento da alma , assim como o cheirinho do preparo do alimento na casa dos pais e avós, paralelamente tem o perfume do amor, cortesia, perdão, das orações,da delicadeza,da paciência, da euforia, e principalmente da Fé! Vamos genteeeeeeee, vamos cultivar os alimentos, os temperinhos do nosso corpo e também da nossa Alma. Vamos cozinhar juntos, mas tbem vamos orar juntos, pequenos gestos são as pitadinhas de dos temperinhos ( do alho, sal, ervas, folhinhas verdes ...) Vamos cuidar de nossaa almas como cuidamos do nosso corpo, com o mesmo zelo, cuidado, amor e Fé. Lindo texto Tititi ❣️
Tia Dete disse…
Assim como o alimento do Corpo, tem paralelamente o alimento da Alma. Assim como tem o cheirinho gostoso do temperinho no preparo do alimento na casa dos nossos papais e avós, paralelamente tem o perfume que invade nosso coração que são os temperinhos da alma: o amor, a compaixão, o perdão, a gentileza, cortesia, a paciência, a euforia e principalmente a fé. Vamos minha gente , vamos cuidar do nosso corpo e nossa alma com os temperinhos da alegria, da gratidão, do cântico de hinos de louvores , da verdade , da confiança em Deus. Um tempero não funciona sem o outro e se unirmos os dois teremos comidinhas saborosas com gostinho de saudades da casa da vovó/vovô ,mamae/papai. Parabéns pela escolha do texto nessa semana de Corpos Cristh.

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