115- P.O.L.E.G.A.R




Há algum tempo diante dos desafios diários de ser mulher, esposa, mãe e profissional me senti perdida sobre o caminho a seguir no que diz respeito à educação dos meus filhos.

Dois filhos pequenos em idade de crescimento físico e intelectual. Muita energia para gastar e uma necessidade super saudável de desafiar. Desafiar seus limites, os limites dos brinquedos, os limites da escola e principalmente o limite da paciência dos pais.

Essa é exatamente a questão que quero abordar.

O limite da paciência dos pais tem diminuído para com seus filhos. E a culpa não é das crianças que estão cada dia mais espertos. A culpa é do excesso de obrigações e responsabilidades vinculadas aos adultos responsáveis.

Não tem sido possível uma presença 100% quando estamos com os pequenos. Quando podemos ficar fisicamente próximos, nosso pensamento esta longe nas obrigações de casa, nos desafios do trabalho, em nossas necessidades intelectuais, pessoais e fisiológicas.

Aiiii... Inicia a bagunça do coreto. Nossos pensamentos estão a mil por hora, porque queremos fazer tudo que pensamos e desejamos e também queremos ter tempo com nossos pequenos.

Humanamente impossível.

Em uma via almejamos produção e em outra atenção.

Enquanto esse jogo de pensamentos acontece tem uma criança (duas, três...) incansável, ansiosa pela presença dos pais para brincar, para contar as histórias de seu dia, para chorar suas dores, para contar historinhas, para cantar, para jogar, para descansar, para lanchar. Ansiosa por se sentir pertença do adulto.

A paciência não esta mais no nível elevado quando o encontro acontece. Existe nos pais uma necessidade grande de descansar a mente e o corpo. E os pequenos não estão nem um pouco interessados em respeitar essa necessidade.

O que fazemos para conseguir??? Somos permissivos.

Mas nossa permissão não diminui a necessidade dos pequenos em nos ter na totalidade. Apenas adia. Começamos então a testar a paciência deles.

Um dia a bomba explode. A paciência acaba e a necessidade deles fala mais alto. Fazem barulho, pirraça, choram, gritam, jogam objetos, respondem e para finalizar conversam conosco em meio a gritos ignorando a hierarquia – e isso fere nossa alma.

Qual nossa reação nesse turbilhão emocional? Agimos no impulso do sangue. Somos tentados a corrigir fisicamente, a calar o grito com outro grito, a ameaçar.

Como esta a criança nesse momento? Acuada, como bichinho indefeso. Ofendida por não ser respeitada e obrigada a respeitar.

Ufa... Que loucura.

Não acredito em receita de bolo para a criação dos pequenos. Cada casa tem suas necessidades e suas particularidades.

Acredito também que os responsáveis precisam ter sim, autonomia sobre a forma com que querem educar seus pequenos, com a intenção de formar bons cidadãos para o mundo.

Não somos diferentes (eu e esposo), passamos e passaremos por esses desafios diários com a certeza de que fomos presenteamos com belos tesouros de valor inestimável.

Vivemos a loucura dos dias como todos os pais que desejam o melhor para suas famílias. E muitas vezes nos perdemos.

Foi em um desses momentos de “perda” – perda do controle – que me vi fadigada por não conseguir ser para meus filhos a mãe que eles necessitavam ter.

Em meio às emoções deixei envolver negativamente e depois me arrependi. Chorei como criança no banho, chorei e rezei. Pedi ao Senhor um direcionamento. Não chorei por ter corrigido, porque eles necessitavam sim de correção, mas por não ter conseguido ver que não preciso de uma “luta de braços” com meus pequenos e que minha vaidade não precisa falar mais alto.

Nesse dia, após a poeira baixar e com a harmonia restabelecida fui cuidar das minhas unhas. Enquanto eles brincavam próximo de mim eu me dava o luxo de pinta-las. Estávamos todos felizes. Eu com minhas unhas cuidadas e eles por brincarem.

Não me lembro do porque, mas em algum momento o esmalte da unha que estava no polegar direito estragou. Minha primeira reação foi de reclamar. “Poxa, custei tanto para conseguir arrumar e estragou”.

Foi breve meu momento de reclamação. Entendi que era uma resposta a minha oração. O esmalte estragado no polegar seria a indicação do que eu precisava ser para meus filhos.

A semana seguinte foi de observação. A cada momento que eu olhava para meu esmalte estragado no polegar lembrava dos meus pequenos e em minha vontade de ser melhor para eles e por nós.

Houve outros momentos em que a paciência foi testada e nesses consegui olhar para o polegar antes de reagir.

Tem sido uma experiência sensacional.

Estamos longe da perfeição e todo passo que conseguimos dar em intenção do sucesso em nossos relacionamentos é uma vitória.

Assim sendo apresento P.O.L.E.G.A.R, a ferramenta que tem como objetivo melhorar os relacionamentos entre pais e filhos, irmãos, amigos, colegas de trabalho e todos aqueles que se veem perdidos.

Sua funcionalidade principal é o ponto de concentração, ou seja, seu POLEGAR.

Para as mulheres que gostam de pintar as unhas, sugiro que pintem o POLEGAR com uma cor diferente, ou se achar muito estranho, façam um desenho, cole um adesivo e que seja somente nele.

Para os homens, que normalmente não pintam as unhas, sugiro que façam uma marca no centro da unha de seu POLEGAR.

Vamos ao significado:


– Paciência
Preciso exercitar esse dom precioso. Respirar antes de falar e até mesmo fechar os olhos para acalmar o espírito quando ele está agitado.

O  – Oração/ Meditação
Preciso me conectar ao Divino. Apresentar minha pequenez e minha grande necessidade de dar o meu melhor, não somente por minhas forças, mas principalmente com a força que vem do alto.

L – Limites
Preciso apresentar os limites aos meus filhos. Limites de segurança (causa e consequência), limites financeiros, limites até mesmo para as vontades. Nem tudo o que eu quero eu posso ter.

– Educação
Preciso ser educada (o) no tratamento com os pequenos. Apresentar as opções com dignidade.

G – Gratidão
Preciso fazer meus filhos entenderem que sou grata pela existência deles em nossas vidas. E os apresentar a necessidade de serem gratos também, por sua existência, pela família, pelos amigos, brinquedos...

A – Amor
O Amor precisa ser apresentado em todos os momentos como regra e não exceção, sem condições.

R – Respeito
Como querer o respeito se não consigo respeitar? Eles são nossos “pacotinhos de amor”, cheios de surpresas e envoltos em sentimentos. Respeitá-los não nos diminui como pais e nem tira de nos a hierárquia,  pelo contrário, os trazem para perto e desperta a admiração.

Não acredito em receita de bolo para a criação dos filhos, mas acredito no uso de ferramentas que facilitem esse processo.

De forma rápida pode-se pensar assim:

Primeiro Observe com Leveza Eduque Garanta o Amor e o Respeito

E ai, o que você achou dessa ferramenta?? Está disposto a utilizá-la e a compartilhar?? Talvez você não precise, mas conhece alguém que fará bom uso.

Conselho: Usem sem moderação!!

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Image by Bruno Glätsch from Pixabay 

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